Primo
Carbonari nasceu no dia 1°
de Janeiro de 1920. Ainda menino, se apaixonou pelo
cinema. Com apenas 14 anos iniciou na
cinematografia na consagrada produtora da época Campos
Filmes, em São Paulo, e onde logo teve despertado seu
interesse para os cine-jornais, aos quais acabou
dedicando praticamente toda sua vida. Em sua trajetória
passou ainda pela Cia. Americana de Filmes, Atlântida, Cia.
Cinematográfica Vera Cruz, Departamento Estadual de
Imprensa e Propaganda – DEIP, Departamento de Imprensa
e Propaganda – DIP.
Participou
da expedição que fez os serviços de limites do
Brasil, Bolívia e Paraguai, juntamente com o Marechal
Rondon.
Em
1946, integrou a expedição paulista Bandeira
Piratininga, organizada e liderada pelo inesquecível
Willy Aureli, dirigindo o primeiro longa-metragem sobre
os índios Xavantes, Carajás, Javaés, Bororos e
Tapirapés. Filmou o Rio Araguaia, o Rio Tocantins, a
Ilha do Bananal, a Cordilheira do Roncador, a célebre
Ita Niitira (Pedra Branca) – local onde nasce o Rio
Liberdade e que, até então, nenhum homem branco havia
alcançado. Esse longa-metragem recebeu o título de
"BANDEIRANTES DO OESTE".
Em 1955,
fundou a produtora – Primo Carbonari Produções
Cinematográficas onde realizou documentários e cine-jornais
retratando os grandes acontecimentos da vida brasileira.
Em 25 de
janeiro de l956, Primo Carbonari, apresentou
simultaneamente com o primeiro filme Cinemascope exibido
no Brasil o primeiro documentário colorido inteiramente revelado e acabado
em seu laboratório, no sistema Amplavisão (sistema
similar ao Cinemascope). Tratava-se do documentário sob o
título "SÃO PAULO". Esse fato despertou a atenção de técnicos
americanos que vieram especialmente ao Brasil conhecer o
sistema por ele desenvolvido.
Apaixonado
pelos encantos das terras brasileiras, lançou na década
de 50 a premiadíssima série intitulada “Conheça Primeiro o que é
Seu , Para Depois Conhecer o que é dos Outros”, com a
qual difundiu através dos grandes circuitos exibidores
do País os encantos e maravilhas naturais da
nossa terra brasileira, levando ao mesmo tempo o
conhecimento dos usos e costumes de cada região.
Em 1959 com o longa -metragem "Ai Vem Os
Cadetes" no Festival de Cinema do Distrito Federal
( Rio de Janeiro), ganhou os prêmios de: Melhor Filme; Melhor
Direção; Melhor
Roteiro; Melhor Fotografia e Melhor
Trilha Sonora.
O cine-jornal, inegavelmente, mesmo para seus mais
ardorosos opositores, teve seu lugar no tempo. E nesse
lugar, Primo Carbonari construiu um espaço, criado com
o ardor de um guerreiro apaixonado pelos acontecimentos
de seu povo e de sua terra.
Costumava ele dizer: “O mundo se transforma
muito rápido, e é necessário registrar essas
transformações como memória viva para as gerações
futuras”.Sua câmera de cine-jornalista, ainda que
cinematográfica, nunca se prestou a criar o fato, mas
apenas a registrá-lo. Ria
ao dizer; que se uma fotografia valia por mil
palavras, 24 fotogramas em movimento era a história
de uma geração.
Porém, como tudo na vida, o cine -jornal cresceu, viveu e morreu, dando lugar a novos veículos, com
uma comunicação visual imediata, ainda que não tão
marcante. Porem, não se pode negar que o passado de
ontem é a historia de hoje. Uma historia, que
registrada pela câmera de Primo Carbonari ressuscita a
cada projeção, aos olhos do espectador atual.
Realizou os seguintes longas-metragens: O Circo Chegou a Cidade
(1957); Aí Vem Os Cadetes (1959), Américas Unidas
(1963), A Morte Por 500 Milhões (1965); Os Incríveis
Neste Mundo Louco (1967).
O acervo
de Primo Carbonari conta hoje com cerca de 20.000
filmes, contendo registros de 1900 a 1990. Nele se acha
memorizado um pouco de todos os rincões brasileiros,
seja pela formação de cidades, implantação e evolução
industrial, a transformação do campo, o esporte, a
vida social e política brasileira, além de importantes
registros no exterior.
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